- Ano: 2006
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Fotografias:José Oller
Descrição enviada pela equipe de projeto. O lote se transformará na futura igreja e uma praça de acolhimento. O encargo atual constava de construir o Salão Paroquial como pedestal do futuro templo. Dessa maneira, construiu-se o edifício levando em conta vários aspectos que definem a proposta:
A própria natureza de uma edificação destinada ao culto, levantou a necessidade de obter espaços para contemplação e meditação. Para isso, o Salão Paroquial se volta para os jardins internos, isolado do exterior por paredes de concreto ciclópicos e concreto armado. Os fechamentos, como persianas e perfurações, entende-se como telas de luz, terminando de proporcionar o ambiente desejado no interior do espaço.
Entendemos o Salão Paroquial como uma casca que envolve um grande espaço em seu interior. E assim, o exterior é duro e resistente, enquanto o interior é claro (a presença da luz do dia), aromático (o jardim de laranjeiras aconchegante), misterioso (a escada atrás das paredes brancas) ou pragmático (usos claramente dispostos).
Entendemos o Salão Paroquial como um passeio ritual onde a surpresa pode surgir em cada curva. Para tanto, acessa-se por um pátio ajardinado, e depois dele, entrando em uma galeria em claro-escuro. Ou vai-se direto para o fundo plano iluminado de cima. Atrás, um outro pátio que será invadido por trepadeiras ao longo do tempo, fornece um fundo de vegetação para o quarto.
Entendemos o Salão Paroquial como uma superfície flexível com capacidade de adaptação aos diferentes usos. É o grande espaço protagonista definitivo. Um bloco fixo na entrada (revestido em madeira) contém o escritório do pastor, banheiros e serviços. O resto, distribuído mediante divisórias leves, poderá ser alterado a vontade. Entendemos o Salão a partir de materiais que respirassem, que sentissem o passar do tempo. O concreto aparente é colorido de inverno, as laranjas trazem as cores, as esquadrias farão os vidros para a rua e a madeira contribuirá com seu calor.